Ai que saudade do meu carnaval
Os tempos mudam, os costumes se adaptam, as pessoas passam e a saudade vai chegando, chegando e se instalando devagarinho e tomando conta do nosso coração.
Vivo o carnaval de Florianópolis desde 1956. Nascido e criado no interior com reduzidas passagens por pequenas cidades sem vocações carnavalescas, me apaixonei de imediato pelo clima descomprometido, leve e brincalhão da Ilha de Santa Catarina.
Participei por oito anos seguidos das transmissões pelo rádio, dos desfiles dos blocos de rua, das escolas de samba, dos carros alegóricos e das Sociedades Carnavalescas que abriam os festejos abrindo-se literalmente e transformando-se aos nossos olhos deslumbrados em figuras inimagináveis.
E a Orchestra Philarmônica Desterrense? Formada visualmente clássica, com seus músicos em trajes cerimonias vestindo fraques com longas abas atrás, gravatas “borboleta” pretas sobre camisas imaculadamente brancas, passadas e engomadas à capricho, encimadas por vistosos chapéus coco e outras raridades.
E os instrumentos musicais? Autênticas obras primas saídas das oficinas de notáveis artífices de renome internacional. E o que dizer do programa do concerto? Obras clássicas de autores consagrados, nada amenos do que Beethoven, Sibelius, Rossini, Schumann, Mozart, Mendelssohn e por aí à fora.
A execução, esta merecia especial cuidado e dedicação: o fundamento é que quando mais desafinada melhor, mais empolgante e definitivamente consagradora.
Pois foram essas lembranças, saudades e sonhos que me levaram a participar do programa Papo de Redação que o Emílio Cerri e o Paulo Brito apresentam todos dos dias, do meio dia a uma da tarde pela Rádio Guarujá AM 1420, de Florianópolis.
A pauta do programa foi música Carnavalesca de autores catarinenses ou aqui residentes. O resultado do programa você poderá ouvir no player abaixo onde apresento trechos de conhecidas marchinhas e sambas de nossos compositores, conforme segue relação a seguir.
LP 150 anos de alegria – Carnaval da Ilha – 1985
Lado B – Faixa 2: Abertura carnavalesca
Garota Foliona de Abelardo de Souza e Antônio de Pádua Pereira
Princesinha da Ilha e a Rosa e o Jasmim de Zininho
Canção do Regresso de Mirandinha
Magia do Morro e Quem é que não Chora de Zininho
Largo 13 de Maio de Zininho e Aldo Gonzaga
Lagartixa de Tuca e Deto
Trepa na Parede de Osmar Silva
Pó de Giz de Zequinha
Biguaçu encheu de Nilton Ferreira
Turma da Zueira de Wilmar Garcez
Paga Já de Osvaldo Soares
Sandália de dedo – Agobar Martins
Ponta pé de José Cipriano da Silva e Ivo Gandra
Sereia do Bom Abrigo de Waldir Brazil e Nabor Ferreira
Rancho do amor à Ilha de Zininho
Vai no cordão de Rui Neves e Deto
Chega de João Carlos de Souza (Carvalho)
- Ficha técnica
Produção fonográfica: Propague
Produção executiva: Aldírio Simões
Técnico de gravação: Chocolate
Mixagem: Chocolate
Ilustração da capa: George Alberto Peixoto
Violão 7 cordas: Toni
Cavaco: Paulinho Som 7
Ritmo: Samba Som 7
Coro: Samba Som 7 e Libretes
Radialista, jornalista, publicitário, professor e pesquisador é Mestre em Administração pela UDESC – Universidade do Estado de SC: para as áreas de marketing e comunicação mercadológica. Desde 1995 se dedica à pesquisa dos meios de comunicação em Santa Catarina. Criador, editor e primeiro presidente é conselheiro nato do Instituto Caros Ouvintes de Estudo e Pesquisa de Mídia.
Bem, quando propusemos ao nosso amigo Roberto Costa a edição dos 150 anos do carnaval da Ilha, acreditamos em dois grandes talentos: Bernadete Santos na pesquisa e Aldírio Simões na produção. E não deu outra: um grande e belíssimo LP que marcou a presença da UFSC e da Propague na disseminação da cultura da nossa terra. Falta agora Roberto sensibilizar-se e transformar o bolachão em CD. LJ.Sardá
O Jovem Antunes
Se toda a cidade tivesse um jovem como Antunes Severo, apaixonado pela história e valores da sua terra, com certeza não estaríamos hoje mergulhado na amnésia. Por que a prefeitura e o governo do estado não apostam no trabalho desse guerreiro para difundir a nossa cultura? Ou será que Antunes não tem voto? O melhor voto neste tempo é o do resgate da nossa identidade cultural,esquecida porque a Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, (denominada não sei porque de SOL)nãoa faz nada senão política eleitoral