EM ÉPOCA DE DITADURA MILITAR SURGE A DESMAZELADA
Em Florianópolis, em 1964, pelas ondas médias e curtas da antiga Radio Diário da Manhã (Hoje CBN Diário), é transmitida a peça completa “A Desmazelada”. A obra é de Gustavo Neves, um dos maiores escritores catarinenses e também radioator.
Por Ricardo Medeiros
A peça é veiculada dentro da sessão Bazar de Emoções, que utiliza o slogan marcante: “uma estória em cada vida. Em cada vida uma emoção vivida”. O patrocínio, na época, é dos Estabelecimentos A Modelar, que aproveita o espaço comercial para falar de móveis e confecções, entre outros produtos.
Cacilda Nocetti.
Cláudio Alvim Barbosa, o Zininho, faz o papel de o Patrão, enquanto Gustavo Neves Filho encarna o personagem Pelópidas. Janine Lúcia é Dorotéia e Cacilda Nocetti é a Vizinha.
Janine Lúcia.
Sinopse
Pelópidas trabalha em um firma e gostaria de obter um cargo melhor. No entanto o chefe dele diz que os diretores não concordam com a idéia. O motivo alegado é que Pelópidas não se traja corretamente: a camisa está suja, as calças estão sempre sem vincos. O chefe aconselha que o empregado fale com a esposa, Dorotéia, para que ela dê mais atenção à roupa do marido.
Claudio Alvim Barbosa, Zininho.
Em prantos, a esposa promete que o marido não vai mais perder oportunidades no trabalho por causa dela. Ela não será mais considerada uma desmazelada, desleixada, relaxada.
Gustavo Neves Filho.
Pelópidas começa a andar de terno e gravata e capricha no penteado. Sendo assim, pede para o chefe uma chance para ocupar o cargo de Diretor de Administração que vai ficar em aberto.
A esposa Dorotéia conversa com a vizinha sobre a situação do marido no emprego. A vizinha relata que Pelópidas não conseguiu um outro cargo na firma porque ela, Dorotéia, não foi ainda “alisar” o chefe dele. Enquanto isso, Pelópidas volta para a casa abatido. O chefe diz pra ele que a diretoria continua irredutível, que não quer lhe dar um novo posto na firma.
Certo dia, Pelópidas é chamado na sala do chefe. Ele é nomeado para diretor da Seção de Mecânica. Pelópidas não acredita no que aconteceu. É aconselhado pelo patrão a sair mais cedo do trabalho, comprar um presente e levar para a esposa, que está cuidando muito bem do marido.
O chefe confirma com a secretária se o Pelópidas já deixou as dependências da firma. Como a resposta é positiva, ele se dirige para Dorotéia que sai detrás da porta. O patrão, sorrindo, diz que foi um grande prazer conhecer Dorotéia, que ela é uma mulher de valor.
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Doutor em Rádio pelo Departamento de História da Université du Maine (Le Mans, França). Radialista, jornalista, escritor e professor de rádio do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina e assessor de imprensa da Prefeitura de Florianópolis. É um dos fundadores do Instituto Caros Ouvintes.
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