Flávio Alcaraz Gomes: morre o homem, vive o repórter
Já se disse que as pessoas não morrem, são esquecidas. E são esquecidas quando suas obras são poucas ou pouco valiosas para a humanidade. Pode parecer cruel numa hora de grande dor se falar em valor de lembranças, mas essas, as lembranças são o que de construtivo deixamos no caminho. E quando falamos de um profissional é preciso que seu legado tenha representatividade que o distinga dos mais notáveis dos seus colegas. Assim se distinguiu Flávio Alcaraz Gomes. Muitas vezes pagou caro por isso, mas honrou até o último momento a profissão que adotou, e por isso nos fez ainda mais valorosos. Flávio, nós radialistas e jornalistas que nos regozijamos com o teu trabalho, choraremos a tua falta, mas te louvaremos enquanto aqui permanecermos.
No podcast, um dos arquivos da série As Vozes do Século XX (acervo Ivan Dorneles Rodrigues).
Radialista, jornalista, publicitário, professor e pesquisador é Mestre em Administração pela UDESC – Universidade do Estado de SC: para as áreas de marketing e comunicação mercadológica. Desde 1995 se dedica à pesquisa dos meios de comunicação em Santa Catarina. Criador, editor e primeiro presidente é conselheiro nato do Instituto Caros Ouvintes de Estudo e Pesquisa de Mídia.
Muitas vezes estivemos conversando na ARI (Associação Riograndense de Imprensa), era muito positivo no que dizia, sofreu alguns revezes na vida e participou de muitas coberturas internacionais, como a Guerra do Vietnam. Dentre outras obras publicou “Diário de um Reporter”, algo excepcionalmente verdadeiro sobre sua vida e sua obra!
Era, antes de mais nada, UM PROFISSIONAL!
Lamento profundamente, apesar da doença e da idade que já o afligiam…
Ouvi, durante anos seu programa da manhã com a bela vinheta sobre o Orly. Mas, é o final do programa da tarde, que vem à memória: “… lá, muito além de 2001… Com ele, Flávio nos levava a fatos e mundos, passados ou vindouros. Os anos eram os 60/70. e eu um garoto do interior (Santa Maria). Tenho todos seus livros autografados. Grande Flávio, um jornalista à moda antiga. O Rio Grande perde o Papa do Jornalismo.