FUTEBOL NA TERRA DE HUGO CHAVEZ
Em 1975 disputou-se o último Campeonato Sul-Americano de Seleções, que acabou sendo substituído pela Copa América. O Brasil ficou com o vice-campeonato ao perder a final para o Peru por 3 a 1 em Belo Horizonte, vencer por dois a zero em Lima, e ser derrotado após o segundo jogo na capital Inca por um sorteio “mandrake”.
Por Edemar Annuseck
Escalaram o neto do então presidente da Conmebol, Teófilo Salinas, para retirar a papeleta de um chapéu. No início deste último Sul-Americano, fui a Caracas para transmitir Venezuela e Brasil, pela Jovem Pan. Cheguei lá numa tarde de sábado; o jogo seria na quarta-feira. À noite fui ao estádio Universitário onde estava acontecendo um jogo do campeonato local – o qual acabei assistindo ao lado do Telê Santana e do Hilton Oliveira, auxiliares de Oswaldo Brandão, que era o técnico da Selerção Brasileira naquele campeonato.
Fui checar a linha de transmissão, cabine, etc, etc. As cabines estavam abertas e não havia nenhuma linha de transmissão instalada. No domingo à noite chegou à seleção brasileira de Raul; Nélinho, Piazza, Vantuir e Getulio; Wanderlei Paiva e Danival; Roberto Batata , Marcelo (Reinaldo), Campos (Palhinha) e Romeu, que viria a golear a Venezuela por quatro a zero. Isso foi no dia 30 de Julho de 1975. Era uma seleção mineira, representando o Brasil, que depois teve os reforços de Valdir Peres, Luis Pereira , Amaral, Miguel e Roberto Dinamite, na fase final. Na segunda-feira – dois dias antes do jogo – fui a Entel – a telefônica da Venezuela – para saber em que cabine seria instalado o circuito de transmissão da Jovem Pan.. Acreditem : ninguém sabia de transmissão alguma – nem que haveria o jogo ( lá a preferência era o beisebol e o Johnny Cecotto, grande campeão de motociclismo).
Mostrei a cópia da Embratel e salvei o rádio brasileiro. Entre assustados e surpresos, os venezuelanos contataram a Embratel e correram para instalar um cabo com algumas dezenas de circuitos que atenderam de 10 a 15 emissoras do Brasil; e todos puderam transmitir o jogo na quarta-feira. (Vejam quanto mudança aconteceu na Venezuela de 75 prá cá; este ano o país vai patrocinar a Copa América). Depois fui ao cinema em companhia do Fiori Giglioti e do José de Souza (grande e querido operador de externa da Rádio Bandeirantes); infelizmente ambos já falecidos. Assistimos o primeiro filme Emmanuelle da série, com Sylvia Kristel. Foi um desbunde, pra época ! Ainda bem que o presidente da Venezuela ainda não era o Hugo Chavez.
Edemar Annuseck, jornalista, narrador esportivo que iniciou na Rádio Nereu Ramos de Blumenau em 1964 e depois atuou nas Rádio Jovem Pan, Tupi, Record de São Paulo, Clube Paranaense, Cidade e Globo/CBN de Curitiba, TV Jovem Pan e SPORTV, Editor da página de esportes do Jornal A CIDADE DE BLUMENAU, cobrir 5 Copas do Mundo (74, 78, 82, 86 e 90).
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