História de Blumenau – 29
Para a abertura de estradas que permitissem a saída de Blumenau rumo ao oceano, por Itajaí, e rumo ao centro e sul do País, via Curitibanos, o Governo Imperial comprometeu-se com a soma de oito contos de réis anuais, a partir de 1852, até completar o total de trinta e dois contos de réis. A nossa curiosidade se aguça, nos dias de hoje, quando imaginamos quais teriam sido as referências do governo para orçar esse valor, bem como a constatação das dificuldades de acesso à nova colônia e vice-versa. Eram de tal sorte as condições da época que parentes que optavam por outras regiões, distantes apenas cento e cinqüenta a duzentos quilômetros, nunca mais se reencontraram na vida.
Em 1855 começou a funcionar a primeira escola pública de Blumenau. Era seu regente o Professor Fernando Ostermann, que hoje dá nome a uma escola no bairro Boa Vista. Os ofícios religiosos evangélicos já não eram mais encargo nem do Dr. Blumenau, nem do professor Ostermann. Ficavam sob a orientação do Pastor Oswaldo Hesse que passou, mais tarde, a fazer parte do quadro de funcionários gratificados da colônia. Incansável e irrequieto, ou premido pelos compromissos assumidos perante o Governo Imperial, o Dr. Blumenau escreveu um livreto, em alemão, intitulado “Deutsche Kolonie Blumenau”.
Animado e otimista como sempre, o colonizador despachou o sobrinho Reinholdo Gaertner para a Alemanha. Na bagagem o manuscrito da obra para ser impresso e distribuído em larga escala, com propaganda da colônia junto ao público e junto aos meios oficiais, à imprensa e a amigos seus na terra de origem. Em novembro de 1855, a segunda enchente do Itajaí-açu desde a instalação da colônia. As águas subiram nove metros e meio acima do leito normal, causando enormes prejuízos. A propaganda e os esforços de Gaertner na Alemanha começavam a apresentar resultados práticos. Já no ano seguinte – 1856 – chegaram à colônia mais duzentas e noventa e duas pessoas.
No próximo capítulo: Recursos escasseiam e as dificuldades aumentam.
Radialista, jornalista, escritor e ator (teatro e cinema). No rádio foi comentarista político e comunitário, animador de auditório, apresentador de programas, noticiarista, narrador, locutor de comerciais e cerimonialista. Como político foi eleito para vários cargos públicos em Lages e Blumenau onde reside atualmente.
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