Ídolos e celebridade
Uma atriz global e dois cineastas trabalham na produção de um filme que pretende contar tudo sobre a carreira do jogador de futebol Neymar. Como o craque tem cerca de 20 anos e pouco tempo de uma carreia que está no seu início, a notícia surpreende até certo ponto. O normal seria alguém fazer um filme sobe carreira de ídolos que já se aposentaram, mostrando o que fizeram, como fizeram etc. Mas, no caso de Neymar há uma justificativa oculta; vivemos num país que precisa de ídolos e por isso eles precisam ser produzidos com a velocidade de um chute do lateral Roberto Carlos.
Os ídolos e celebridades nacionais têm um prazo de validade muito curto, talvez até pelo fato de surgirem apressadamente, forjados em esquemas de marketing que exigem velocidade na criação, e nenhum compromisso com a durabilidade do “produto” colocado no mercado consumidor.
O ator que surge como possível ídolo numa novela, muitas vezes não consegue chegar na próxima com o mesmo prestígio e a adoração dos seus admiradores.
O mesmo ocorre com o cantor, muito embora os sertanejos modernos consigam permanecer mais tempo em cartaz, graças a bons programas publicitários que envolvem suas atividades.
No caso dos jogadores de futebol o complicador é o curto prazo de validade. Um craque com 20 anos de idade pode acabar meio esquecido com a camisa do Íbis, antes de completar a chamada idade madura de 40 anos.
A velocidade com que se criam novos ídolos é um imperativo de um mercado que está sempre a procura de uma referência na música, nas novelas, nos campos de futebol, já que na política há pouca coisa, ou quase nada para admirar e servir de exemplo.
Louve-se nesse trabalho profissional de grande folego a capacidade dos órgãos de comunicação que em tempos de internet, satélite etc. formam a base de sustentação para a rápida e eficiente produção de ídolos e celebridades que o país, infelizmente, tanto precisa.
Radialista, jornalista, publicitário, professor e pesquisador é Mestre em Administração pela UDESC – Universidade do Estado de SC: para as áreas de marketing e comunicação mercadológica. Desde 1995 se dedica à pesquisa dos meios de comunicação em Santa Catarina. Criador, editor e primeiro presidente é conselheiro nato do Instituto Caros Ouvintes de Estudo e Pesquisa de Mídia.
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