Mundo conectado nem sempre é bom
MILTON – Bom dia, Ethevaldo, como vai?
ETHEVALDO: Bom dia, Milton, bom dia, ouvintes. Tudo ótimo.
MILTON – Ethevaldo, hoje é sexta-feira, dia de falarmos sobre o futuro e você prometeu falar sobre o futuro da mobilidade.
ETHEVALDO – Milton, estamos passando da Terceira Geração (3G) para a Quarta ou 4G do celular, que aumentará em 10 vezes a velocidade da internet e a capacidade de transmissão de dados, voz e imagem. A partir de 2020, Milton, o mundo estará dando outro salto com a Quinta Geração ou 5G.
O impacto de tudo isso será cada dia maior na vida das pessoas e das empresas, com avanços ainda impensáveis nas comunicações, na computação móvel e no comércio eletrônico como os conhecemos hoje, mas, acima de tudo, na Internet das Coisas.
MILTON – Dê exemplos desse impacto.
ETHEVALDO: Eu acho que os dados do presente já nos assustam, Milton. Imagine o que virá daqui a 10 anos. Vejamos primeiro o que está acontecendo diante de nossos olhos:
• Daqui a dois meses, ou seja, no final de 2014, o mundo terá 7,6 bilhões de celulares em serviço, número que supera a população do planeta.
• Até em países muito pobres da África – como Gabão, Botsuana e Namíbia – a densidade de celulares já supera a população. Ou seja esses países têm mais celulares em serviço do que gente.
MILTON – E como a mobilidade muda o comportamento das pessoas?
ETHEVALDO – De mil maneiras. Na verdade, o que muda nossa vida é a conectividade permanente. As pessoas agora podem ser comunicar-se, em qualquer lugar e a qualquer hora: podem falar, podem ser ouvidos, podem dar sua opinião, podem estudar, podem comprar, podem ser seguidas, localizadas e rastreadas – o que pode ser bom em muitos casos, mas traz ameaças à privacidade.
Veja estes dois fatos sobre a vida das pessoas:
• O mundo dos anos 1990 fazia 20 milhões de fotos analógicas por dia. Hoje faz 50 vezes mais, ou seja, 1 bilhão de fotos digitais de melhor qualidade – a cada dia.
• E uma pesquisa mostra que 91% dos adultos têm seu celular ao alcance das mãos a cada hora do dia.
MILTON – E como será esse comportamento daqui a 10 anos?
ETHEVALDO – Viveremos num mundo ainda mais conectado. Como tenho lembrado sempre: isso será muito bom de um lado, mas poderá trazer problemas, riscos e ameaças à privacidade, a ataques cibernéticos, Milton.
MILTON – Até segunda.
Escritor, consultor e jornalista especializado em novas tecnologias. É colaborador da revista Época e comentarista da Rádio CBN. Ethevaldo cobre o setor tecnológico ligado à comunicação há mais de 40 anos entrevistando cientistas, participando de congressos internacionais e visitando exposições, laboratórios e universidades.
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