Nilson Mello, fazendo rádio com muita criatividade
O radioteatro, as novelas, as radiofonizações e os esquetes humorísticos estavam no auge desde o início da década de 1950 nas emissoras do Rio de Janeiro e outras grandes capitais. Florianópolis engatinhava com o primeiro cast de radioteatro da Rádio Guarujá até que em 1955 a Rádio Diário da Manhã entrou pra valer na briga bombardeando a concorrente com a contratação dos seus mais brilhantes astros e estrelas.

A partir da esquerda, em pé: Paulo Martins, Oscar Berendt Neto, Jaime Humberto Cardozo, Maria de Lara, Mário Ignácio Coelho, Mauro Melo, Santa Mello, Sileide Costa, Gustavo Neves Filho. Sentados: Miriam Beatriz, Waldir Brazil, Janine Lúcia e Luci Maria da Silva. Cast de radioteatro da Guarujá por ocasião do 16º aniversário da emissora em 1959.
A pioneira Guarujá, assimilou o desafio e refez sua equipe, enquanto a Diário esbanjava sintonia graças a qualidade e potência de suas transmissões.
No calor desse confronto entre as duas maiores emissoras da Capital, a modesta – mas, muito ágil – Rádio Anita Garibaldi resolve entrar na briga tentando comer o mingau pelas beiradas: abriu espaço para produtores independentes que criavam, produziam, comercializavam e apresentavam seus programas.
E aí entra na história um dos mais férteis e criativos produtores que o rádio local já teve: Nilson Mello, escrevendo, produzindo e dirigindo pequenas peças em forma de drama, romance e humor tendo como principal atração a namorada – e logo em seguida esposa – Santa Mello que fazia vários papéis, inclusive com diversos nomes diferentes.
Era a luta de Davi contra Golias. E como na fábula bíblica, o pequeno (mais fraco) acaba fazendo enorme estrago no grande. No caso, a vitória do humilde produtor independente foi dupla: a Rádio Anita subiu de audiência e Nilson Mello subiu o seu cacife a ponto de transferir-se com parte de sua equipe para a Rádio Guarujá.
Estimulado com a repercussão de suas produções pelas ondas do rádio Nilson Mello, marca historicamente sua atuação criativa lançando dois produtos inéditos no rádio local: a Revista “O Rádio Catarinense” e o concurso “Melhores do Rádio”.
Ambos lançamentos tiveram grande receptividade, mas ficaram na edição número um, tanto a revista quanto o concurso – nascidos e morridos – em 1957.
Mas, o sucesso manteve-se até o início de 1960 quando Nilson resolve ser empresário em outro ramo e deixa o rádio trocando-o pelo turismo que aparecia como o grande negócio e a solução mágica para todos os problemas econômicos da Capital catarinenses. Mas, essa já é outra história. As fotos pertencem ao acervo da família Nilson/Santa Mello. Nilson faleceu no dia 11 de maio de 2016.
Radialista, jornalista, publicitário, professor e pesquisador é Mestre em Administração pela UDESC – Universidade do Estado de SC: para as áreas de marketing e comunicação mercadológica. Desde 1995 se dedica à pesquisa dos meios de comunicação em Santa Catarina. Criador, editor e primeiro presidente é conselheiro nato do Instituto Caros Ouvintes de Estudo e Pesquisa de Mídia.
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