O jovem, a velhinha e a “gelada”
O Garibaldi entrou na barbearia e viu uma velhinha fazendo as unhas. Logo percebeu que a cada instante ela pegava uma latinha de cerveja e tomava um gole. Garibaldi perguntou ao barbeiro a idade da velhinha. O barbeiro disse que ela tinha 84 anos.
Garibaldi abriu a boca num gesto de espanto e disse:
– Mas isso não é perigoso rapaz? – O barbeiro deu de ombros. Não conformado, Garibaldi perguntou para a velhinha se ela não se preocupava com a saúde, afinal de contas na sua idade à “gelada” podia não cair bem. A velhinha disse que faz mal é não tomar uma “gelada” com aquele calor de verão. A senhora pediu mais uma cerveja ao dono do bar que ficava ao lado da barbearia. Garibaldi, rapaz de 18 anos, se apavorou mais uma vez.
– O minha senhora, sei que não tenho nada a ver com sua vida, mas isso vai lhe matar minha senhora – A velhinha disse:
– O que não mata engorda meu filho.
Garibaldi foi embora reclamando a bebedeira da velhinha. Quinze dias depois Garibaldi vinha de um bar com amigos. Tinham tomado várias cervejas. Garibaldi se perdeu na BR 101 e caiu. O carro que vinha atrás não conseguiu desviar.
No mês seguinte a velhinha voltou à barbearia para fazer as unhas. Ela sentou, colocou a lata de cerveja embaixo da mesa da manicure e perguntou ao barbeiro:
– O meu filho, e aquele rapazinho que ficou preocupado comigo, tem aparecido?
O barbeiro olhou triste para a velhinha e disse:
– Não senhora. Ele não volta mais. A “gelada” fez mal foi pra ele.
Deivison Hoinascki Pereira. Professor, jornalista, colunista do Portal Instituto Caros Ouvintes e jornais Em Foco. Escritor. Produziu e apresentou o programa de rádio – Na cadeira do barbeiro – entre 2013 e 2015. As entrevistas com mais de 40 comunicadores da nossa região estão disponíveis no Portal Caros Ouvintes.
Deixe uma resposta
Gostaria de deixar um comentário?Contribua!