Os sonhadores: Darci Lopes
Março, 20, domingo, 1921. A rotina da casa se altera. Chega gente diferente. As crianças olham de longe. O que está acontecendo? Opa! Tem novidade. É um novo astro que surge. E vem logo esperneando, chora feito bezerro desmamado e todo o mundo corre para ver o novo personagem. Ó! É um guri, tá meio amassado, mas é muito forte. Ó, pessoal, este é o Darci, diz o pai babando de felicidade.
Por Antunes Severo
Foi ontem. Eu vi. Estava deitado. Fechei os olhos e o vídeo começou a rodar. Era um menino, um garoto travesso que vivia inventando coisas. Ousado, cabeçudo, quando queria algo, batia o pé, esperneava, bagunçava até conseguir o que queria. Nem sempre era reconhecido. Mas, tinha uma marca registrada: não se entregava nunca. Ontem eu vi. Ele me olhou firme. E repetiu uma palavra que gostava de usar: justo! E eu disse tá certo. Então vamos em frente! Ta. Vamos. Começamos no Hoepcke? É. Pode ser. Olha, sem frescura, é balconista. Ta. Combinado.
O menino cresce, estuda, fica mesmo pelo segundo grau e vai à busca do primeiro sonho: quer trabalhar numa loja que venda de tudo para automóvel. Aos 17 anos conquista o primeiro emprego. Aprende. Conhece as artimanhas do negócio e um dia decide alcançar mais um degrau: montar uma loja especializada em pequenas peças para automóveis, bem aqui na Felipe Schmidt. E monta e apanha e vence e faz amizades.
Balconista Hoepcke
Um dia, numa conversa na hora do cafezinho no bar em frente a loja, o assunto é televisão. Sim, televisão que está no ar em São Paulo, no Rio, em Curitiba, Porto Alegre – em quase todas as capitais do Brasil e nós não temos uma televisão! Olha: precisamos achar alguém que invista nesse negócio.
Minha nossa senhora! Os amigos aplaudem, dão palpite. O Darci se empolga. As sugestões chegam ao delírio até que o espírito prático do experiente comerciante traz o tema para a realidade. Vamos fazer uma coisa, enquanto não temos um canal próprio, vamos trazer a programação das TVs de Porto Alegre. Dito e feito. Começa a década de 1960. Pouco tempo depois aparecem coisas estanhas no litoral sul entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São as torres das repetidoras que a noite se fazem notar pelas luzinhas verde-amareladas que brilham indicando a passagem dos sinais cambaleantes das TVs Piratini e Gaúcha.
A minhoca da televisão
Caros ouvintes! Aqui começa um dos capítulos mais ricos da televisão em Santa Catarina. E esta história tem um Autor. Por isso, neste momento, passo a palavra ao meu, ao seu, ao nosso amigo Darci Lopes!
Darci Lopes, por Darci Lopes
Repetidoras
O capital
Negociando com a Philips
Formação da equipe
Primeiras repetidoras
Programação, criatividade e improvisação
Comercialização
Reportagens externas
Valor das ações
Líder de audiência
Close só de rosto de moça
Relacionamento
Decisão final
Passagem pela RCE
Até breve
Pequena história visual da TV Cultura
Central técnica
Ficha técnica
Áudio: Edição do acervo de três entrevistas concedidas para o projeto TV Catarina, gravadas nos estúdios da Faculdade Estácio de Santa Catarina
Fotos:
Da cidade: http://www.ufsc.br/~esilva/Albuns.html
Da TV Cultura: do acervo da família de Darci Lopes
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Radialista, jornalista, publicitário, professor e pesquisador é Mestre em Administração pela UDESC – Universidade do Estado de SC: para as áreas de marketing e comunicação mercadológica. Desde 1995 se dedica à pesquisa dos meios de comunicação em Santa Catarina. Criador, editor e primeiro presidente é conselheiro nato do Instituto Caros Ouvintes de Estudo e Pesquisa de Mídia.
Dirceu Flores nas folgas da Aeronáutica, embarcava em jeeps do Diarios Associados pra trazer o sinal da Piratini de Tubarão até Fpolis, e quem trazia de Poa até Tubarão era o Jorge Bonelli! O restante é história!