Paixão Côrtes, a cara do Rio Grande
Vez por outra, ele, a cara do Rio Grande, dá as caras em algum programa de rádio. O bigode, nas últimas décadas, segue mais espesso e alto que o da eternidade, aquele, o forjado pela arte de Antônio Caringi, o escultor do símbolo maior do ser gaúcho, congelado em metal na entrada de Porto Alegre, lá para as bandas do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Por Luiz Artur Ferraretto
Se o bigode traz no branco a marca dos 80 anos completados em julho deste ano, a gana é a mesma daquele altivo Laçador, que, há pouco, a metrópole que não pára espantou de seu sítio original e levou para uma coxilha artificial, mais para o lado, não muito longe, mas mais para perto de quem chega à capital do Rio Grande do Sul pelas bandas de Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo… E – Ah! – como João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes segue tendo ganas de vivir y de luchar.
Paixão Côrtes
Dias desses, no programa que Flávio Alcaraz Gomes apresentava na Guaíba, Paixão cobrou providências para o descaso justo com a estátua altiva, símbolo da lide campeira. O microfone das estações de Porto Alegre não é um estranho para ele, um dos fundadores do tradicionalismo gaúcho, folclorista reconhecido cá e lá, em terras do Rio Grande do Sul ou de outros estados, em terras brasileiras e de outros países, em terras latino-americanas e de outros continentes. A Rádio Farroupilha, por exemplo, serviu de caixa de ressonância para a música dos galpões com o Grande Rodeio Coringa, que teve nele o seu primeiro apresentador. Faz tempo, lá pelos idos de 1955. Depois, vieram outras. Festanças na Gaúcha e uma charla mais pessoal na Guaíba.
Estátua O Laçador
No 20 de Setembro, data de uma revolução perdida em 1845, a da Guerra dos Farrapos, há que lembrar de Paixão Côrtes, o de outra batalha dura, vencida por ele e por seus pares, a da memória e da cultura destes campos do Sul. Batalha da qual o rádio foi mero coadjuvante. Mesmo meio de lado, fora do seu lugar de origem, o Laçador segue como marco a lembrar o ator principal.
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Nasceu e cresceu ouvindo rádio e as histórias do rádio. Aos poucos foi descobrindo que não queria ser só ouvinte. Formou-se em jornalismo pela UFRGS e começou a trabalhar no rádio. Doutor em Comunicação e Informação é professor do curso de Jornalismo da Universidade de Caxias do Sul/RS. É autor de vários livros.
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