Separando o joio
O Congresso Nacional e os políticos de um modo geral vivem uma de suas piores fases. Nunca a imagem do homem público esteve tão ruim como nos dias atuais. É rara a semana em que um jornal, revista ou programa de televisão deixa de publicar matérias sobre algum ato de corrupção envolvendo políticos. Junto deles alguns empresários safados e funcionários públicos também.
Por Jamur Júnior
Semana passada numa sala de aula com 25 adultos, a professora de ética perguntou se os alunos consideravam os políticos corruptos. Todos responderam que sim.
Preocupada com as conseqüências da generalização, a professora passou a destacar o erro que se comete confundindo alguns maus políticos com o restante deles que se comportam com honestidade e decência no cumprimento de seus mandatos.
A idéia errada de que o Brasil é o país dos corruptos está sendo montada na cabeça das pessoas pela grande imprensa que, diariamente, reserva os melhores espaços para esse tipo de notícia.
Quando não é um político safado que está nas manchetes é um bandido com seu apelido carinhoso, usufruindo a divulgação que resulta em maior poder de liderança junto a seus companheiros no crime.
O noticiário sobre a banda podre da sociedade brasileira, especialmente sobre os maus políticos é tão freqüente que chega a dar a impressão de que tem alguma coisa orquestrada, por trás disso, com objetivo de desmoralizar o Congresso Nacional que é um dos pilares mais fortes da democracia.
A ninguém interessa um Congresso desmoralizado, a não ser a golpistas e candidatos a ditador. A imprensa de modo geral presta um bom serviço quando publica os desmandos e atos de corrupção envolvendo administradores públicos, funcionários de governos e políticos corruptos. Feliz do país que tem uma imprensa livre. Isso é bom.
O que não é bom e generalizar e deixar de defender o Congresso Nacional como instituição. A nossa mais alta Casa de Leis não é o que são alguns políticos corruptos.
Tudo indica que está na hora dos órgãos de comunicação começarem a pensar numa reformulação de seus posicionamentos com relação ao assunto. Os políticos corruptos devem ser banidos da vida pública, expostos na imprensa, processados pela Justiça e derrotados nas urnas. Por outro lado é fundamental que nessa onda de publicar casos de corrupção, os safados sejam identificados mas, o Congresso Nacional preservado.
Radialista e jornalista e foi apresentador noticiarista de rádio e televisão em emissoras de Curitiba e Florianópolis. É autor dos livros Pequena História de Grandes Talentos contando os primeiros passos da TV no Paraná e Sintonia Fina – histórias do Rádio. Jamur foi um dos precursores do telejornalismo em Curitiba.
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