Uma palavra de despedida, apenas: lembrança
Já escureceu demais
A noite não sorri.
Ele não voltará atrás.
Que lembranças deixará ?
Vinte e três e trinta, para o resto da vida.
Que lembranças ficarão?
As boas?
As más?
Não importa.
Somente importaria, se voltasse atrás.
Que apoio deixará? Do quê, dele, se lembrarão…? “DIGA-O ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS…” dizem os que partem e também descobrem que não vão voltar. Ou melhor, seria dizer: não podem voltar.
Eu precisava, antes de sair, ter deixado um presente ou uma palavra.
Devia ter confessado o quanto gostei, ou gosto de alguém, o quanto alguém me faz, fez ou poderá fazer feliz…
Será que deixei afeto suficiente, esperança ou um pouquinho de coragem?
No meu ombro, alguém haverá de chorar, pelo menos, uma vez… ?
“Tenho pensado muito em vocês”, lembrar-me-ei de dizer, quando voltar de todo?
Não sabia que, um dia esquecido do passado inteiro, ou bem dentro dele – totalmente revivido – retornaria inteiro e até acrescido, pela porta que eu transpus confiante um dia.
Se eu não conseguir, fica este escrito, como ponto de partida para quem quiser seguir tranqüilo e deixando- me tranqüilo também, onde quer que eu vá.
…
– Doutor… Ele se salva…?
– Tem oitenta por cento de probabilidades… …
Radialista desde quando estreou ao microfone da Rádio Clube de Paraguaçu Paulista, na década de 1950. Trabalhou nas principais emissoras de Rádio do Paraná e Santa Catarina atuando na locução, produção e direção artística. Tem dezenas de livros publicados sobre rádio e jornalismo. Atualmente se dedica a ações filantrópicas.
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